segunda-feira, 2 de maio de 2011

S de saudade?

Entrei em casa e mesmo sabendo que você não estava lá, senti sua presença. Foste no primeiro dia de maio, acho que estavas esperando para partir no mesmo mês em que chegaste a essa casa... talvez. Ou talvez seja apenas eu tentando achar coicidências, motivos, eu não sei.
Não sei qual o critério da morte. Ainda essa semana te vi dormindo. Tão palpavel, tão vivo. Mas a vida, ao contrário do que pensamos, não é algo concreto. Vemos corpos saudáveis, casas , familias e tudo isso parece ser sinônimo de estabilidade...mas isso não é vida. Pois ela é frágil.
Assim parece ser quando lembramos dos nossos jovens, que foram embora cedo demais. E agora eu já nem sei se falo de vida, ou da ausência dela...
Este fim inevitável parece deixar os dias iguais, pequenos fatos que compõem uma vida: pequena? Não sei. Tudo parece repetido, repetindo... ‘’Eu continuo aqui, meu trabalho, meus amigos e me lembro de você... o que eu sinto não sei dizer.’’ Lamento pela morte e pelo morto.
Eu gostaria de ter mais tempo, os que amamos sempre vão cedo, mesmo que tenhm oitenta anos, é cedo. Peço apenas mais uma semana, mais um diálogo, cinco minutos para dizer adeus. O meu pedido inalcançável faz tudo se repetir ... Dias iguais!
Amanhã entrarei em casa, e mesmo sabendo que você não estará lá, sentirei a sua presença.



-Naiana Iris
-Tamyle Dias